mulher com transtorno de borderline
A Síndrome de Borderline possui várias características, como impulsividade e alterações no comportamento

Comportamentos impulsivos, relacionamentos instáveis e alterações de humor: esses sintomas podem corresponder ao Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). 

Saiba mais sobre ele neste artigo, onde trataremos sobre os seguintes assuntos:

O que é Borderline?

Pessoas com transtorno borderline podem apresentar uma intolerância muito grande para ficarem sozinhos, o que acaba gerando grandes crises e esforços para evitar o abandono. 

Na pessoa diagnosticada com essa condição, é comum notar também uma hipersensibilidade em suas relações, além de instabilidade na autoimagem

Em resumo, esse é um transtorno que apresenta como principal característica uma alteração de comportamento ao lidar com adversidades, consigo mesmo e com outras pessoas. 

Segundo diversas pesquisas, estima-se que entre 1,5% e 3% da população mundial sofra com esse transtorno, afetando tanto homens quanto mulheres. Porém, esse número pode aumentar, considerando que muitos casos não possuem o diagnóstico correto. 

Quais são as causas do Transtorno Borderline? 

Estresses durante a infância e a juventude podem contribuir para o desenvolvimento do TPB, como, por exemplo, negligência, separação dos cuidadores ou perda de um dos pais.

Porém, não há uma causa certa para essa condição, mesmo que haja uma predisposição genética para desenvolvê-la.  Por exemplo, de acordo com um artigo feito por B. Stanley e L. J. Siever, parentes de primeiro grau de pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline são cinco vezes mais propensos a ter a doença do que a população em geral.

Sintomas e sinais do Transtorno Borderline

Pacientes com TPB devem apresentar, no mínimo, cinco dessas características, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais:

  • Grandes esforços para evitar algum episódio de abandono real ou imaginário;
  • Padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, alternando entre os extremos de idealização e desvalorização da pessoa dentro do relacionamento;
  • Instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si com mudanças rápidas de valores, metas e opiniões, por exemplo. 
  • Mudanças de humor que podem durar horas ou dias;
  • Impulsividade em, no mínimo, duas áreas potencialmente autodestrutivas, como gastos excessivos, sexo desprotegido, abuso de substâncias ilícitas, direção irresponsável no trânsito ou compulsão alimentar;
  • Sentimentos duradouros de vazio;
  • Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la;

Na prática, isso significa que a pessoa diagnosticada pode entrar em pânico ou ficar furiosa quando alguém querido se atrasa ou cancela um compromisso. Além disso, a percepção dela sobre outros indivíduos pode mudar de forma abrupta, levando a episódios de raiva difíceis de regular, como já mencionamos. 

Ela também tende a se autossabotar quando está prestes a alcançar um objetivo, devido a uma dificuldade de lidar com o próprio êxito. 

Como é feito o diagnóstico do Transtorno de Personalidade Borderline? 

Conversa psiquiátrica sobre borderline.
A principal forma de diagnosticar o Transtorno de Personalidade Borderline é por meio de acompanhamento psiquiátrico

O psiquiatra é o profissional certo para analisar o histórico e o padrão de funcionamento que acompanha a pessoa desde a adolescência até o momento atual de sua vida, incluindo diversas vivências. 

É importante fazer o acompanhamento correto para diferenciá-lo de outros transtornos psicológicos ou sinais que decorrem de efeitos de drogas, outras doenças ou até mesmo problemas de identidade, também comuns nas primeiras fases da vida. 

Por isso, é essencial fazer um diagnóstico diferencial, porque o borderline pode ser confundido com o transtorno bipolar, o transtorno de personalidade limítrofe, o estresse pós-traumático,  a depressão e a ansiedade

Comorbidades no paciente com Transtorno Borderline

É sempre necessário lembrar que os transtornos de personalidade são diferentes dos transtornos mentais (como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, etc), embora seja desafiador diferenciá-los.

Isso porque não é raro que uma pessoa apresente as duas condições ao mesmo tempo, o que chamamos de comorbidade. Um borderline frequentemente apresenta transtornos alimentares, déficit de atenção/ hiperatividade, depressão e outros. 

Tratamento adequado do Transtorno de Personalidade Borderline

Apesar do desconhecimento deste transtorno, o avanço das pesquisas na área psiquiátrica indicam que haja tratamentos eficazes com grandes chances de sucesso, de remissão dos sintomas ou no seu gerenciamento. 

A psicoterapia é, sem dúvida, a principal forma de tratamento desse transtorno, especialmente a terapia dialética-comportamental e terapia baseada na mentalização das emoções da pessoa, que pode ajudá-la a lidar melhor com elas. 

O médico pode também indicar medicamentos como antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor, que devem ser usados de acordo com a orientação. 

O Transtorno de Personalidade Borderline tem cura?

Atualmente, o prognóstico é mais positivo do que se pensava a décadas atrás. Mesmo assim, ainda não existe uma cura para todos os indivíduos com esse transtorno. 

No entanto, eles agora reconhecem que, apesar de toda a instabilidade, o curso do transtorno já não é tão negativo como se pensava antes. 

Como ajudar alguém com o transtorno? 

apoio a pessoa com borderline
É muito importante mostrar apoio e incentivar o borderline a procurar ajuda profissional

Se você reconhece algum desses sintomas em alguém ou em si mesmo, não hesite em procurar ajuda profissional e evitar o autodiagnóstico. Lembre-se da importância da terapia para ficar em dia com a saúde mental

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