Você já sentiu dores de cabeça quando estava ansioso demais? Ou então ficou com dor de barriga sem motivo aparente? Quando as questões emocionais viram sintomas físicos, chamamos de somatização

somatização
Já ouviu falar em somatização? Saiba mais!

Além disso, são problemas que não apresentam uma causa médica identificável. Porém, é muito importante lembrar que a somatização não implica que os sintomas sejam imaginários, mas sim que sua origem pode estar associada a questões psicológicas.

De acordo com a médica Celina Lazzaro e o psicólogo Lazslo Ávila, em seu artigo “Somatização na prática médica”, este é um problema comum nos serviços de atenção básica à saúde, e os pacientes geralmente têm um diagnóstico mais difícil, já que demandam uma grande quantidade de consultas médicas e exames.

Vamos falar mais sobre isso? Neste artigo, você vai conferir alguns conteúdos sobre o assunto:

Continue com a gente neste texto para saber mais!

Origem do termo

O termo “somatização” foi criado pelo psiquiatra austríaco Wilhelm Stekel. Ele era, inclusive, ex-discípulo de Sigmund Freud, conhecido mundialmente como o pai da psicanálise. 

Existem ainda órgãos oficiais voltados para pesquisa na área. Aqui no Brasil, temos a Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP), que estuda a fundo o tema e suas implicações no dia a dia e na qualidade de vida dos pacientes. Legal, né?

Quais são os sintomas mais comuns da somatização?

homem com dor de cabeça
Os sintomas da somatização são diversos. Confira!

No início do texto nós demos alguns exemplos, mas existem vários sintomas comuns em episódios de somatização. Nós separamos uma lista com os principais deles para você conferir. 

  • Dores de cabeça;
  • Dores no corpo;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Visão turva;
  • Tremedeira;
  • Batimentos cardíacos acelerados (taquicardia);
  • Suor excessivo;
  • Manchas na pele;
  • Boca seca;
  • Enjoo e/ou azia.

Como já comentamos, estes sintomas não são causados por condições físicas de fato, mas sim, por condições psicológicas. 

Ainda segundo o artigo de Celina e Laszlo, “até 30% dos pacientes atendidos em serviços de atenção primária apresentam distúrbios psiquiátricos diagnosticáveis (ansiedade ou depressão na maior parte das vezes), e mais da metade manifesta queixas somáticas em vez de psicológicas”. Interessante, não é mesmo?

Mas como distinguir os sintomas físicos dos psicológicos? Continue lendo para entender melhor!

Como saber se é ou não somatização?

Parece – e de fato, é – muito complexo distinguir condições físicas de sintomas somáticos. Sendo assim, o primeiro passo para saber se eles são causados ou não por condições psicológicas é, claro, procurar ajuda médica. 

O profissional irá fazer uma pesquisa sobre o seu histórico de vida e descobrir se existem evidências de algum transtorno psiquiátrico comum associado às queixas somáticas (como depressão, ansiedade, abuso/dependência de substâncias psicoativas, entre outros). 

Também faz parte do diagnóstico saber se há um padrão de alta utilização dos serviços de saúde, como investigações diagnósticas e/ou internações anteriores e o histórico familiar. Por exemplo, se você vai ao médico várias vezes com a mesma queixa e ainda não conseguiu encontrar o que causa esse sofrimento, pode ser uma condição somática.

Por esse motivo, é comum que pacientes de sintomas somáticos acusem médicos de serem “incompetentes” por não conseguirem identificar problemas no exame físico. Por isso, é muito importante levar a informação sobre o que é a somatização e deixar ainda mais fácil e próximo o seu tratamento. Afinal, condições psicológicas e psiquiátricas devem ser levadas tão a sério quanto questões físicas, não é mesmo?

Somático ou hipocondríaco?

Quando falamos de somatização, é comum que ela seja confundida com os sintomas de pacientes hipocondríacos. Por isso, é importante entender a diferença principal entre os sintomas somáticos e a hipocondria: a percepção e interpretação dos sintomas físicos. 

Enquanto os sintomas somáticos são reais e podem ser sentidos pelo indivíduo (mas sem uma causa médica clara), a hipocondria envolve uma preocupação excessiva com a possibilidade de ter uma doença grave, mesmo na ausência de sintomas ou com sintomas leves. Para os hipocondríacos, às vezes até mesmo sensações normais do corpo podem indicar algo.

Como tratar a somatização?

mulher meditando
A prática regular de atividades físicas pode ajudar a amenizar os sintomas

Uma vez identificadas as condições, está na hora de fazer o tratamento da somatização. É claro que cada caso é único e é fundamental procurar um profissional para tratar os casos de somatização. 

Geralmente, o tratamento mais indicado é o uso de medicamentos aliado à terapia, principalmente a de abordagem cognitivo-comportamental (TCC).

Técnicas de relaxamento, meditação e mindfulness também podem ajudar a reduzir o estresse e a tensão física, o que por sua vez pode diminuir a gravidade dos sintomas somáticos.

Estudos constantes

A medicina continua estudando os casos de somatização. Um estudo publicado por Cassiano Coelho e Lazslo Ávila, indica que existe uma grande variedade de situações clínicas, contextos médicos e formas de descrição dessa condição na literatura médica, o que dificulta a definição e a classificação dessas condições. 

Por esse motivo, médicos e pesquisadores continuam aprofundando seu entendimento sobre a somatização, explorando novas abordagens para compreender suas origens e aprimorando métodos de diagnóstico e tratamento. 

As pesquisas atuais focam em elucidar as interações complexas entre fatores biológicos, psicológicos e ambientais que contribuem para os sintomas somáticos. Os estudos buscam identificar marcadores biológicos, como mudanças neuroquímicas e processos neurais, para melhor compreender a fisiopatologia por trás desses sintomas. 

Essas pesquisas em andamento visam aprimorar o diagnóstico precoce e desenvolver estratégias de tratamento mais eficazes para aqueles que sofrem de sintomas somáticos, a fim de garantir seu bem-estar e o cuidado com a saúde mental

E aí, gostou de saber mais sobre somatização? Se estiver desconfiado ou estiver com sintomas persistentes, não deixe de procurar um profissional.