Muito se fala sobre o que é depressão, mas será que você realmente sabe? Considerada uma doença psiquiátrica crônica, ela acomete muitas pessoas no Brasil e no mundo, trazendo alteração no humor ao longo da rotina, sendo prejudicial à saúde e ao bem-estar, impactando a qualidade de vida e até mesmo o convívio social.

o que é depressão
Saberia nos responder o que é depressão? Saiba mais!

Para te ajudar a entender melhor sobre esse problema considerado grave a saúde mental e emocional, nós convidamos uma psicóloga para responder as seguintes dúvidas:

Continue a leitura com a gente para saber mais sobre o assunto!

O que é depressão? 

Homem triste devido à depressão
A depressão pode ser caracterizada pelo humor triste. Saiba mais!

A depressão, também conhecida como Transtorno Depressivo, é muito mais comum do que muitas pessoas imaginam. É um sentimento que, quando não olhado com atenção, pode desencadear inúmeros sintomas, interferindo na vida social, seja com amigos ou familiares. 

Conforme a psicóloga Hellen Capel, graduada pela Unicesumar e especialista em Psicoterapia Psicanalítica Contemporânea pela EPPM, as síndromes depressivas têm como principais características o humor triste e o desânimo. Além disso, é considerada uma doença psiquiátrica crônica. 

Geralmente, devido à oscilação de humor, predominantemente a tristeza profunda, as pessoas com depressão tendem a ter múltiplos sintomas, como, por exemplo, afetivos, instintivos e neurovegetativos, cognitivos, entre muitos outros. 

Segundo informação divulgada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), divulgado no portal do Ministério da Saúde, a depressão é um problema que precisa ser olhado com atenção em todo o mundo. Afinal, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas possam sofrer com a doença.

Isso mesmo: a depressão é uma doença, ela não deve ser considerada e nem tratada como uma “frescura” ou “forma de chamar atenção”, mas sempre acompanhada de profissionais da saúde e com o apoio de familiares e amigos. 

Quais causas podem levar uma pessoa a ter depressão?

Segundo a psicóloga, múltiplas situações podem levar uma pessoa a ter depressão, podendo ser diferente de uma pessoa para a outra. “Podem ser fatores associados desde a infância até a adolescência, que se acarretam e a gente vai levando ao longo da vida”, explica Hellen.

Além disso, as causas podem estar atreladas aos seguintes fatores: genética, bioquímica cerebral e/ou eventos vitais. Confira um pouco sobre cada uma delas:

Genética

A depressão pode ter predisposição genética, ou seja, nos casos onde os pais possuem a doença, o filho pode desenvolver a depressão ao longo da vida.

Mas atenção: embora isso possa acontecer, vale lembrar que não é uma regra. Por outro lado, é importante que os cuidados necessários sejam tomados desde o dia que a doença é diagnosticada.

Bioquímica cerebral

Em alguns casos, o desequilíbrio bioquímico pode provocar a depressão, principalmente com a deficiência dos neurotransmissores, visto que são responsáveis por regular as nossas emoções por meio dos nervos ou células nervosas, como, por exemplo, serotonina, dopamina e noradrenalina.

Eventos vitais

Hellen comenta que os problemas difíceis da própria rotina, seja em casa ou no trabalho, têm relação com a doença, visto que as pessoas têm estado cada vez mais sobrecarregadas, deixando-as estressadas. “É importante sempre lembrar que o ambiente em que a gente está pode ajudar a melhorar ou a piorar a depressão”, explica.

Em casos de eventos vitais, a depressão pode se desenvolver com mais facilidade nas pessoas que já possuem alguma predisposição genética, mas isso não significa que outros indivíduos não possam ter a doença. 

Além desses fatores, questões relacionadas à personalidade podem trazer à tona a depressão, principalmente quando ela está relacionada à baixa autoestima

Quais são os sintomas da depressão?

Mulher com depressão em casa
A depressão possui muitos sintomas e eles podem variar de uma pessoa para a outra. Confira!

A depressão é um transtorno que pode apresentar inúmeros sintomas, tanto físicos quanto emocionais. Além disso, são prejudiciais à rotina, uma vez que podem reduzir o ânimo nas atividades que uma determinada pessoa está acostumada a fazer no dia a dia, como, por exemplo, dormir, trabalhar, comer, conversar, praticar atividade física, momento de lazer no geral, entre outras.

Mas, afinal, quais são os sintomas da depressão? Fora a tristeza profunda e falta de vontade para fazer as coisas na rotina, essa doença possui muitos outros sinais que as pessoas talvez não as identifiquem como “sintomas depressivos”, sendo que, na verdade, também fazem parte. 

A seguir, nós separamos uma lista com os principais sintomas da depressão: 

  • Afetivos: tristeza, choro fácil, tédio, irritabilidade, desespero, entre outros.
  • Instintivos e neurovegetativos: cansaço recorrente, falta de vontade, insônia frequente, falta de apetite, falta de prazer em vários aspectos da vida, entre outros;
  • Ideativos: pessimismo nas coisas, sentimento de arrependimento ou culpa, mágoas de coisas que já aconteceram, atos suicidas, entre outros;
  • Cognitivos: falta de concentração, problema de memória, dificuldade para tomar decisão, entre outros;
  • Autovaloração: autoestima baixa, sentimento de insuficiência, vergonha de estar em público, entre outros;
  • Volição e psicomotricidade: não quer sair da cama, conversar ou qualquer outro tipo de interação social;
  • Psicóticos: ideias delirantes, alucinações visuais e auditivas, delírios de inexistência consigo mesma e com o mundo.

Vale ressaltar que os sintomas mencionados acima podem variar de uma pessoa para a outra. Por isso, caso apresente mais de um deles, é importante procurar ajuda médica para ter o diagnóstico correto e, consequentemente, o melhor tratamento.

Mito ou verdade: depressão tem cura?

Antes de qualquer coisa, a resposta é: mito. Diferente do que muitas pessoas imaginam, a depressão não possui uma cura, mas existem tratamentos para diminuir os sintomas da doença, como, por exemplo, medicamentos, terapia ou até mesmo a combinação dos dois.

A psicóloga comenta que por ser uma doença crônica, a depressão começa na vida de uma pessoa de forma gradual, geralmente, com duração longa ou incerta. “Ela tem fases, tem momentos. Por isso, é importante que o indivíduo se conheça para saber quando os sintomas estão vindo, para se cuidar e saber o que fazer para melhorar”, orienta. 

Mas atenção: em alguns momentos, controlar as próprias emoções pode ser difícil, principalmente quando os sentimentos da depressão surgem. Portanto, a doença requer tratamento e acompanhamento profissional. 

Em caso mais grave da depressão, o uso de medicamentos pode ser recomendado. “A medicação ajuda a conter as crises e os pensamentos mais graves, por isso, a gente não pode negligenciá-la”, comenta Hellen. 

Qual é o papel da terapia na depressão?

terapia on-line
A terapia é essencial no tratamento da depressão. Confira!

“O papel da terapia na depressão é fundamental e vem com o auxílio da gente tentar entender de onde vem os sintomas. Ou seja, nós vamos tentar descobrir juntos o que foi que desencadeou toda essa crise depressiva”. Além disso, a psicóloga explica que o trabalho da terapia ajuda a conter qualquer tipo de crise, auxiliando e acolhendo o paciente perante as suas questões.  

Além disso, o processo terapêutico é essencial na vida de qualquer pessoa com a doença, uma vez que ajuda a diminuir a intensidade dos sintomas e, acima de tudo, é uma oportunidade de falar sobre as situações que afligem os próprios pensamentos. 

“Com o tempo, através do tratamento, o paciente vai se descobrindo e encontrando quais são as melhores soluções para ele enquanto indivíduo para as próprias questões depressivas”, explica Hellen.

Vale lembrar que o tratamento é individual e personalizado para cada paciente. Ou seja, o que serve para um pode não servir para a outra pessoa, combinado? 

7 atitudes que ajudam no tratamento de depressão

Embora a depressão não tenha cura, é possível estar aliviando os sintomas com algumas atitudes simples no dia a dia. Pensando nisso, nós separamos algumas dicas:

  1. Mantenha a agenda em dia;
  2. Tenha uma alimentação saudável;
  3. Evite consumir bebidas alcoólicas;
  4. Ocupe a cabeça com atividades de lazer;
  5. Inclua a prática regular de atividade física;
  6. Tente enxergar a beleza nas pequenas coisas a sua volta;
  7. Evite se cobrar em todas as situações, principalmente naquelas que saíram errado.

Além dessas dicas, é possível ter apoio emocional e conversar sobre o que está acontecendo por meio do Centro de Valorização da Vida (CVV). Ligue 188 e converse com um dos voluntários da associação.